segunda-feira, 23 de julho de 2012

EUCLIDES DA CUNHA na poesia


Final do poema "Estrelas" (um soneto)
Euclides da Cunha


(...)

Se acaso uma alma se fotografasse
de sorte que, nos mesmos negativos,
a mesma luz pusesse em traços vivos
O nosso coração e a nossa face

e os nossos ideais, e os mais cativos
de nossos sonhos...Se a emoção que nasce
em nós, também nas chapas se gravasse,
mesmo em ligeiros traços fugitivos:

Amigo, tu terias com certeza
a mais completa e insólita surpresa
notando - deste grupo bem no meio -

que o mais belo, o mais forte, o mais ardente
destes sujeitos é precisamente
o mais triste, o mais pálido, o mais feio.

*            *            *

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