terça-feira, 19 de julho de 2016

Jardineiro sem jeito - Luiz Medina

JARDINEIRO SEM JEITO
Luiz Coelho Medina - poeta contemporâneo - Nova Iguaçu-RJ


Nunca tive
um amor perfeito,
sempre tentei...
Não teve jeito.

Rosa, dália, jasmim,
cravo, lírio e até daninha...
Tinha um defeito o jardim:
O amor perfeito, não vinha.

Enxerto, fertilizante,
adubo, água de leito...
Cuidado a todo instante
e nada de amor perfeito.

Por mais carinho, herbicida,
fiz tudo certo e direito:
Orquídea, antúrio, margarida...
Só não vinha o amor perfeito.

Nunca tive 
um amor perfeito,
sempre tentei...
Não teve jeito,
sempre murcharam.
Morreram os que plantei 
no chão, 
e os que no peito 
brotaram.
Não teve jeito.
Teve não...

*            *            *

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