Chiquinha Gonzaga fez da música sua saída para tanta repressão social.
Seu nome está eternizado na história da música brasileira.
Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935), conhecida como
Chiquinha Gonzaga.
Nasceu no Rio de Janeiro no dia 17 de outubro. Filha de José Basileu Alves Gonzaga, primeiro-tenente, de família ilustre do Império, e Rosa Maria Lima, mestiça e pobre.
Apesar de a família de José Basileu não ter grandes condições financeiras, Chiquinha Gonzaga recebeu a mesma educação dada às crianças burguesas da época. Estudou português, cálculo, inglês e religião com o Cônego Trindade e música com o Maestro Lobo.
Em 1863, com dezesseis anos, seguindo as exigências do seu pai, Chiquinha Gonzaga casa-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, um jovem e rico oficial da Marinha, oito anos mais velho que ela.
Em 1864 nasce seu filho João Gualberto e em 1865 nasce Maria do Patrocínio.
Chiquinha, de gênio forte e decidida, continua sua dedicação ao piano, compondo valsas e polcas, para desagrado do marido.
Aos 18 anos, já então Sra. Francisca Edwiges do Amaral Gonzaga |
Em 1866, Chiquinha Gonzaga é obrigada pelo marido, co-proprietário de um navio e Comandante da Marinha Mercante, a acompanhá-lo no transporte de escravos, armas e soldados para a Guerra do Paraguai.
Insatisfeita com a situação, pois as ordens do marido eram que ela não se envolvesse com música, Chiquinha volta com o filho para a casa de seus pais, onde havia ficado sua filha Maria.
Não tendo apoio da família e descobrindo que está grávida, volta a viver com seu marido. Em 1867 nasce seu terceiro filho Hilário. O casamento durou pouco tempo.
Após a separação, Chiquinha passa a viver com o Engenheiro João Batista de Carvalho Júnior. Levando seu filho João Gualberto, o casal vai morar em Minas Gerais.
Em 24 de agosto de 1876 nasce Alice, filha do casal.
Pouco depois com ciúme do marido, Chiquinha volta para o Rio de Janeiro, com seu filho João Gualberto, deixando Alice com o pai.
Chiquinha volta a viver da música. Dava aulas de piano e obteve grande sucesso, compondo polcas, valsas, tangos e cançonetas.
Ao mesmo tempo, juntou-se a um grupo de músicos de choro.
Foi a necessidade de adaptar o som de seu piano ao gosto popular que lhe valeu a glória de se tornar a primeira compositora popular do país.
O sucesso de Chiquinha Gonzaga começou em 1877, com a polca "Atraente".
A partir da repercussão de sua primeira composição impressa, Chiquinha resolveu se lançar no teatro de variedades. Estreou compondo a trilha da opereta de costumes "A Corte na Roça", de 1885.
Aos 29 anos |
Em 1899, Chiquinha conhece o músico português, João Batista Fernandes Lages, que vivia no Rio de Janeiro.
Chiquinha com 52 anos e ele com apenas 16, começaram um relacionamento.
Para não enfrentar o moralismo da época, Chiquinha registrou João Batista como seu filho.
Viveram juntos e felizes, mas Chiquinha protegia sua privacidade.
Em 1934, aos 87 anos, Chiquinha Gonzaga escreveu a partitura da opereta "Maria".
Chiquinha compôs as músicas de 77 peças teatrais, tornando-se responsável por cerca de 2.000 composições.
Em 1897, todo o Brasil dançou sua estilização do corta-jaca, sob a forma de tango "Gaúcho", mais conhecido como "Corta-Jaca". Dois anos depois, compôs "Ó Abre Alas", a primeira marcha carnavalesca.
Última foto, aos 85 anos de idade |
Compositora, pianista e regente brasileira.
Primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Autora da primeira marchinha de carnaval "Ó abre alas".
Desde criança mostrou interesse pela música. Dedicou-se ao piano e compôs valsas e polcas.
Separada do marido, dava aulas de piano e apresentava-se com o conjunto Choro Carioca, em festas domésticas, tocando piano.
Seu primeiro sucesso, aos 29 anos de idade, foi a composição "Atraente", um animado choro.
Dedicou-se a musicar peças para o Teatro de Revista, sofrendo preconceitos, mas finalmente inicia sua carreira de maestrina com a revista "A corte na roça". Sua música faz grande sucesso e recebe vários convites de trabalho.
Sua carreira ganha prestígio com a marcha-rancho "Ó abre alas" feita para o carnaval de 1899.
A peça de teatro "Forrobodó", musicada por Chiquinha Gonzaga, e apresentada em um bairro pobre do Rio de Janeiro, torna-se um sucesso, atingindo 1500 apresentações. As músicas são cantadas por toda cidade. "Forrobodó" torna-se o maior sucesso teatral de Chiquinha e um dos maiores do Teatro de Revista do Brasil.
Chiquinha Gonzaga lutou pelos direitos autorais, depois de encontrar em Berlim, várias partituras suas, reproduzidas sem autorização.
É fundadora, sócia e patrona da SBAT - Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, ocupando a cadeira nº 1.
E foi cercada dessa glória que Chiquinha Gonzaga viveu em companhia de João Batista, até 28 de fevereiro de 1935, quando faleceu.
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De 12 de janeiro a 19 de março de 1999 foi exibida a minissérie 'Chiquinha Gonzaga', produzida pela Rede Globo.
Escrita por Lauro César Muniz e Marcílio Moraes, baseada na vida da maestrina e compositora, dirigida por Jayme Monjardim, Luiz Armando Queiroz e Marcelo Travesso.
Trilha sonora da minissérie na globoradio.globo.com
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