Eu estava assistindo ao noticiário na TV sobre a tragédia causada pelas chuvas em várias cidades, principalmente no Estado do Rio de Janeiro; depoimentos e imagens impressionantemente tristes, desoladores. Aqueles acontecimentos que nos deixam sem saber o que pensar, como agir, enfim, nos paralisam pela dor estampada no rosto de pessoas que perdem parentes, perdem suas casas, perdem bens materiais e, ainda assim, permanecem em sua fé em Deus e na esperança de se reerguerem.
Muita gente trabalhando incessantemente, tentando trazer alguma organização ao caos instalado.
Gente que está ali por força do próprio trabalho - bombeiros, policiais, médicos, enfermeiros, assistentes sociais - mas também voluntários de todas as profissões.
Nesse momento é preciso um novo olhar sobre individualismo, falta de solidariedade e descaso com o próximo quase sempre presentes nas atitudes da sociedade contemporânea.
Talvez a constatação de que estamos todos sujeitos às demonstrações de força da Natureza - agredida por nós mesmos - seja um caminho para entendermos a necessidade de uma retirada estratégica. O planeta está reagindo e estamos diante de fenômenos cada vez mais arrasadores em todo o mundo. Nevascas, enchentes, furacões, terremotos, tsunamis e sabe-se lá o que mais.
Televisão é assim: muda-se o canal e lá está o Padre Fábio de Melo falando sobre a questão escatológica religiosa, e como não devemos nos preocupar em saber o que há depois da vida. Há uma impossibilidade da linguagem para definições de céu, inferno, purgatório. São questões subjetivas que a igreja católica prefere tratar como mistério.
Retornando ao canal do noticiário, agora é a vez do capítulo final da novela a que não assisti, portanto não me interessaria, não fosse a música ao fundo: "Una furtiva lagrima", ária da ópera Elixir do Amor, de Donizetti. Deixo de lado o controle remoto e aguardo o término da cena.
Essa música vai a algum ponto da minha sensibilidade de uma forma que também não sei definir.
Identifiquei a interpretação de Joshua Bell ao violino, aquele que fez o teste tocando no metrô em Nova Iorque e as pessoas não se deram conta de que ali estava um dos maiores músicos do mundo.
Penso então em compartilhar as emoções desencontradas vividas em alguns minutos na frente da TV . Aí estão a historinha da música e dois vídeos que consegui no youtube:o primeiro com Joshua Bell (aliás, áudio, porque a imagem é única), e o segundo com Pavarotti
Comecei comentando fatos dolorosos e termino com uma história leve, musical, um tributo ao amor.
A vida não é mesmo surpreendente? Vamos vivê-la!
L'ELISIR D'AMORE - UNA FURTIVA LAGRIMA - 1832
GAETANO DONIZETTI - (Bérgamo, 29 de Novembro de 1797 – Bérgamo, 8 de Abril de 1848)
L'elisir d'amore - Ópera de Gaetano Donizetti
Baseado no libreto de Scribe para a ópera Le Philtre, de Auber, por sua vez baseado em In Filtro, de Silvio Malaperta.
Primeira apresentação: 12 de maio de 1832.
Ato 2 -Una Furtiva Lagrima
Sinopse
Adina, uma bela, jovem e rica, na sua casa de fazenda, lê histórias de amor para suas amigas, sem acreditar em nenhuma delas. Sobre Tristão e Isolda, com o filtro mágico do amor, reafirma sua descrença dizendo que, felizmente, nada existe que prenda o coração de uma mulher a um homem. Suas amigas riem de Nemorino, um jovem camponês, que está próximo e é apaixonado por Adina.
Chega um destacamento militar sob o comando do sargento Belcore que também é pretendente da jovem fazendeira. Esta gosta do seu estilo decidido e é inclinada a ter o seu amor, para desespero de Nemorino. À aldeia chega o Dr. Dulcamara, um médico ambulante, que entre vários medicamentos, oferece um elixir que resolve tudo milagrosamente. O ingênuo Nemorino, lembrando-se da história contada por Adina, pergunta ao esperto e espalhafatoso Dr. Dulcamara se ele possui algo semelhante. Dulcamara detesta perder dinheiro e, imediatamente, lhe oferece um poderoso Elixir do Amor, na verdade um vinho tinto comum. "Ao ingerir alguns goles, qualquer homem, em 24 horas, terá nos seus braços, completamente apaixonada, a mulher que ama", diz ele. Nemorino dá a ele todo o dinheiro que lhe resta. Ao ficar sozinho, bebe o Elixir e passa a cantar e a dançar furiosamente, despertando a atenção de Adina que chega surpreendendo-se com a energia do rapaz que é normalmente triste e cabisbaixo e por quem ela também tem um certo afeto.
Nemorino, entretanto, fica indiferente o que leva Andina a dizer-se disposta a casar com Belcore que partirá em breve com as tropas. Nemorino ri e dança mais agitado, despertando a ira de Adina que decide casar-se no mesmo dia. Isto provoca desespero em Nemorino já que não haverá tempo para o remédio fazer efeito. Assim ele pede a Adina que adie por 24 horas o casamento, mas ela não concorda.
No segundo ato, os convidados estão reunidos para o casamento. Nemorino vendo que perderá a amada, resolve tomar mais do Elixir do Amor. Não tendo dinheiro - Dulcamara não vende fiado - alista-se na tropa de Belcore, recebe um adiantamento, converte em mais um frasco do Elixir que bebe imediatamente. Nisto chega a notícia que morrera um tio de Nemorino deixando-lhe uma grande fortuna. Sem saber do acontecido, ele é assediado por todas as moças da aldeia interessadas na herança. Ele pensa que é efeito do Elixir.
Adina, sabendo que Nemorino, agora indiferente, alistara-se por amor, implora para que ele fique, comprometendo-se a restituir o soldo que obtivera no alistamento. Neste jogo de indiferenças e aproximações, acabam os dois ficando juntos completamente apaixonados, favorecendo o sucesso de Dulcamara que termina o espetáculo vendendo todo o seu estoque de numerosos frascos do fabuloso Elixir do Amor.
(Informações do blog "o que é meu é nosso")
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