segunda-feira, 12 de setembro de 2011

MURILO MENDES - Poema dialético


Tela de Enrico Santos

Poema dialético
Murilo Mendes

É necessário conhecer seu próprio abismo
e polir sempre o candelabro que o esclarece

Tudo no universo marcha, e marcha para esperar;
nossa existência é uma vasta expectação
onde se tocam o princípio e o fim.

A terra terá que ser retalhada entre todos
e restituída em tempo à sua antiga harmonia.
Tudo marcha para a arquitetura perfeita:
a aurora é coletiva.

*        *        *

Murilo Mendes - 1943

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