sábado, 23 de julho de 2011

SOBRE O VERDE...


Há livros que leio, releio, torno a ler, e nunca deixo de encontrar, a cada nova leitura um novo aprendizado, uma nova questão.
Em "Antes do Baile Verde", de Lygia Fagundes Telles encontro no prefácio uma pergunta instigante:
..."E o verde não seria a imagem inconsciente da mocidade?"
É...nos vários contos do livro há muitas referências ao verde - a cor de que mais gosto. 
Curiosa, como sempre, sigo em busca de respostas - interna e externamente.
Isso significaria que estou "inconscientemente" ligada à fase da juventude.
Vamos corrigir : inconscientemente nada! Sou muito consciente de que tenho saudades de mim, sim. Gosto muito da jovem que eu fui.
Enfim, as cores existem desde que a luz se fez.
Para Jung, um dos mestres da Psicanálise, as cores exprimem as quatros funções mentais básicas: o pensamento, o sentimento, a percepção e a intuição.
Nosso poeta Olavo Bilac considerava o verde “um símbolo incontestável da esperança, da espiritualidade, uma cor repousante, que mesmo em grande extensão não causa fadiga”.
Machado de Assis relacionava as cores e o tempo, na variação de múltiplas interpretações. É dele a expressão: “O tempo é um tecido invisível sobre o qual se borda tudo: uma flor, uma dama, uma figura colorida”.
A própria graduação em Psicanálise tem como símbolo a pedra verde no anel que traz a Serpente de Esculápio  - o deus da Arte de curar, na Grécia Antiga.
Segundo a Cromoterapia, o verde tem propriedades calmantes, expressa a natureza e sensações agradáveis. A Medicina, porém,  não valida esse tipo de conhecimento.
Ah, lembrei-me agora de um trecho lindo do livro "O resto é silêncio", de Erico Veríssimo, que também fala sobre a cor verde.  Vou procurar e postar aqui no blog. 
Meu interesse tem razões pessoais neste tempo de aprofundamento da máxima de Sócrates, o "conhece-te a ti mesmo";  na minha opinião, a estrada mais difícil do conhecimento.
Verdade.
Por exemplo: esta palavra: verdade - podemos notar o radical com as mesmas letras de "verde".
Verdade.
Conhecer a si mesmo levaria à Verdade? Estaremos prontos para a verdade sobre nós mesmos?
Frequentemente somos gratos às mentiras que nos transformam em seres quase perfeitos, elogiados, incensados na fumaça da vaidade.
Verdade...vaidade...
Às vezes não sei se as palavras são para o gênero humano o seu ponto forte ou o ponto fraco, tanto me debruço sobre elas buscando a possibilidade de exatidão. Isso também não importa porque , exatas ou não, é o que temos para tentar nos entender.
Ih, paro por aqui porque hoje estou com a corda toda...
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