quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CLAUDE MONET - (novo marcador)

'Navegar' em dias chuvosos? 'Cair na rede' e não ficar emaranhado? Só aqui, nesta invenção terrível e magnífica. Vamos lá.

Pesquisando algumas biografias que achei interessantes,  pensei adicionar um marcador que indicasse as dificuldades causadas por problemas médicos que alguns dos maiores artistas - em suas variadas formas de expressão - precisaram enfrentar.

Estou em dúvida quanto ao título do marcador... Já havia me decidido por um, mas depois concluí que poderia parecer meio pretensioso - o coitado do Ouriço já tem esse problema  (hehehehe).
Talvez "Arte (Im) possível"?  Se não ficar bom, pode ser mudado. Também aceito sugestões.

Não cabe, evidentemente, aqui, qualquer observação ou especulação em termos de Medicina. Este blog - volto a dizer - é para nos proporcionar uma pausa na vida agitada que todos temos. É para descontrair.  Os interessados na matéria ou estudiosos de medicina provavelmente se interessem em pesquisar  sua área específica.

Quanto a mim, apenas amo a Arte e me impressiona (sem trocadilhos, ai, ai) a luta e - claro - a vitória desses artistas contra suas deficiências. A superação desses problemas evidencia a necessidade do ser humano, privilegiado com algum dom, de não desistir nem se deixar abater em detrimento de sua expressão artística.  

Iniciando...

A CEGUEIRA DE CLAUDE MONET


Oscar-Claude Monet
(Paris, 14 de novembro de 1840 — Giverny, 5 de dezembro de 1926)
Em 1873, o impressionante artista Oscar-Claude Monet , com a impressionável pintura Impressão, Nascer do Sol, criou o termo impressionismo para um movimento artístico inteiramente novo . 

Impressão: Nascer do Sol (1872). Claude Monet. Óleo sobre tela, 48x63cm. Marmottan Monet (Paris).
A técnica de Monet, - considerada mais tarde como umas das belas do mundo - mostrava-se bastante peculiar. Caracterizada pela representação da luz e movimento utilizando pinceladas soltas, as imagens formadas nas telas aparentam ser de perto apenas borrões, mas, ao distanciar a visão, o examinador passa a enxergar as formas nitidamente.
(...)
Monet teve uma catarata, moléstia ocular que torna opaco o cristalino.
A doença o atacou por causa das muitas horas com seus olhos expostos ao sol, pois gostava de pintar ao ar livre em diferentes horários do dia e em várias épocas do ano, o que foi outra característica do Impressionismo.
Mesmo quase cego, Monet não parou de pintar - usou nessa época de sua vida cores mais fortes como o vermelho-carne e vermelho goiaba, cor tijolo, entre outros verdes, rosas,vermelhos e cores mais fortes.
(...)
Durante o período em que sofreu com esse mal, ele produziu alguns de seus trabalhos mais marcantes e característicos. Sua visão tornou-se progressivamente mais acastanhada em sua essência; o artista enxergava através de uma opacidade densa amarelo-marrom.


Water Lilies (1916). Claude Monet.

Enquanto enfrentava um grave declínio da função ocular, o gênio escalou alturas da visão artística. A quase total cegueira de Monet, aliada aos seus esforços incansáveis para vencer a deficiência, provocou ao fim um efeito positivo sobre o seu trabalho.

Não percebo mais as cores com a mesma intensidade nem pinto a luz com a mesma precisão. O vermelho aparece lamacento para mim; já o rosa, insípido; e os tons intermediários ou menores me escapam por completo. O que eu pinto está cada vez mais escuro, mais e mais como uma fotografia antiga.
(...)
Quando um cantor perde a voz, ele se aposenta. Também o pintor que não enxerga deve abandonar a pintura, mas isso eu sou incapaz de fazer.
(...)

Frustrado com a perda da visão, em 1922 ele escreveu a Marc Elder: Para criar uma aura impressionista, confio apenas nos rótulos dos tubos de tinta e na força do hábito dos meus 50 anos de trabalho.

Mais tarde, em uma entrevista, ele disse: No fim, terei que admitir que estou arruinando minha arte, parece que já não sou capaz de produzir algo belo. Já destruí várias das minhas telas. Hoje estou praticamente cego e deveria renunciar a pintura completamente.
(...)
Sinto que se eu der um passo, vou cair no chão. Perto ou longe, tudo é deformado e dúbio. Enxergar dessa maneira é intolerável. Persistir parece perigoso para mim. Se eu estava condenado a ver a natureza como a vejo agora, preferiria continuar cego e manter as memórias das belezas que sempre enxerguei. (Claude Monet)
*            *            *

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