sábado, 30 de junho de 2012

MACHADO POETA


Livros e flores
Machado de Assis

Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
em que melhor se leia
a página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
em que melhor se beba
o bálsamo do amor?

*        *        *

Encontrado em: Comunidade "O que você anda lendo" - Facebook


POR QUE LER OS CLÁSSICOS?

 
Por que ler os clássicos?
A pergunta é tão importante que se transformou num... clássico.
Batizada dessa forma, a obra de Ítalo Calvino, um dos maiores escritores italianos dos tempos recentes, responde à questão de forma implacável. “Cláss...icos são equivalentes ao Universo”, afirma.
O que ele quer dizer com isso?
Que são livros tão impressionantes – em forma e conteúdo – que, mesmo falando sobre um microcosmo, revelam sentido para a existência humana, de forma universal, não importam o tempo, o idioma ou o período em que foram escritos. Não à toa são tão adaptados para cinema, teatro e televisão. E inspiram outros escritores.
“Os clássicos sintetizam, de tempos em tempos, o que a humanidade acumulou de saber. O bom clássico sempre se desdobra”, diz o historiador e professor de literatura Joel Rufino dos Santos.
 
Fonte: Revista Época

quarta-feira, 27 de junho de 2012

MACHADO DE ASSIS - 173º aniversário de nascimento


Algumas de suas frases lapidares

"A imaginação foi a companheira de toda a minha existência, viva, rápida, inquieta, alguma vez tímida e amiga de empacar, as mais delas, capaz de engolir campanhas e campanhas, correndo..."

"Não precisa correr tanto, o que é seu às mãos lhe há de vir..."

"A mentira é muita vez tão involuntária como a respiração."

"Mas o tempo, o tempo caleja a sensibilidade."

"Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz."

"(...) Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis (...)"

"Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!"

"A gratidão de quem recebe um benefício é bem menor que o prazer daquele de quem o faz."

"As coisas valem pelas idéias que nos sugerem."

"As pessoas valem o que valem para a afeição da gente."

"Lágrimas não são argumentos."

"O dinheiro não traz felicidade — para quem não sabe o que fazer com ele."

"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar."

"Não te irrites se te pagarem mal um benefício; antes cair das nuvens que de um terceiro andar."

"É melhor, muito melhor, contentar-se com a realidade; se ela não é tão brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir."

"O acaso... é um Deus e um diabo ao mesmo tempo."

"Eu sinto a nostalgia da imoralidade."

"A moral é uma, os pecados são diferentes."

"A loucura é uma ilha perdida no oceano da razão."

"A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal."

"Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno."

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domingo, 24 de junho de 2012

AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA - Presente vivo


Presente vivo
Affonso Romano de Sant'Anna

Viver
é conjugação diária
do presente.

Viver
é presentear.
Mais do que um jeito de doer
é um modo de doar.

E um presente
mais que um objeto
é o elo entre dois olhos
a floração do gesto
o prateado evento
e o cristalino afeto.

Não se dá
apenas pelo prazer
de ver
o outro receber.

Dá-se
para que o outro
entreabrindo-se ao presente
também dê.

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In: Poesia reunida: 1965-1999, Porto Alegre:L&PM,2004.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

LUÍS VAZ DE CAMÕES

Ao Desconcerto do Mundo
Luís Vaz de Camões

Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim,
Anda o mundo concertado.

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terça-feira, 19 de junho de 2012

LEGIÃO URBANA



Primeira Epístola aos Coríntios-

Capitulo 13  - Sobre o amor  
Apóstolo Paulo


“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria.

O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.

Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O Amor nunca falha.

Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.”


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sábado, 16 de junho de 2012

W. SHAKESPEARE - 'Romeu e Julieta' (trecho)



ROMEU E JULIETA - William Shakespeare


Uma tragédia escrita entre 1591 e 1595, nos primórdios da carreira literária de William Shakespeare, sobre dois adolescentes cuja morte acaba unindo suas famílias, outrora em pé de guerra.
Pertence a uma tradição de romances trágicos que remonta à antiguidade.
Seu enredo é baseado em um conto da Itália, traduzido em versos como A Trágica História de Romeu e Julieta por Arthur Brooke em 1562, e retomado em prosa como Palácio do Prazer por William Painter em 1582.
Hoje, o relacionamento dos dois jovens é considerado como o arquétipo do amor juvenil.

Julieta fala para Romeu(trecho)

"O que é um nome, Romeu?
Tu és tu mesmo, e não um Montequio...
E o que é uma Capuleto?
Aquilo a que chamamos rosa,
perderia o seu doce perfume,
se por acaso tivesse outro nome ?
"E Romeu teria a mesma amada perfeição,
sem este nome?

Livra-te de teu nome,
e em troca dele, que não é parte de ti,
toma-me inteira para ti...

Quem é esse homem que,
assim envolto pela noite,
tropeça em meu segredo?"

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sexta-feira, 8 de junho de 2012

MERCEDES SOSA - Los niños de nuestro olvido

Esse lindo trabalho é obra de um artista brasileiro - Jorge Carlos Amaral de Oliveira (Mané do Café)
Morou muito tempo em Portugal, agora está na Itália.
Recebi o vídeo de minha amiga e prima do artista, Cris Vale, no Facebook.
Merece ser compartilhado.




"El problema de los niños abandonados es tremendo en toda Latinoamérica. Lo vi por primera vez en Brasil, los niños que comen luz, como decía Chico Buarque en aquella inolvidable canción".
(Mercedes Sosa - Asunción-Paraguay/2007

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quarta-feira, 6 de junho de 2012

DOCE OLINDA

Comemoramos hoje o aniversário de nossa querida poetisa Olinda Ribeiro.

Num gesto de extrema delicadeza, há alguns dias ela enviou-me esses dois poemas inéditos que refletem, sempre, a expressão mais pura e suave de uma alma 'perfumada', como bem a caracterizou nossa amiga Catarina Ribeiro, outro ser humano admirável.

Meus agradecimentos a essas pessoas tão especiais.


Hoje respira doce e sorri…

Perto do lusco-fusco
Senta-te à minha beira
Inspira o momento
Ganha o sopro do vento
Liberta-te doce e aligeira
O cansaço dorido e brusco
Amena por um instante
Importa saber constante
A paz, o amor, o lusco-fusco…

Liberta-te, senta-te à minha beira…
E descansa
Que o amanhã chegará…
O amanhã cuida de Si!
Hoje respira doce e sorri…

 
Olinda Ribeiro

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Há egoísmo muito bom!

Este meu egoísmo é azul
Tenho muita sorte em tê-lo
Bordeja-me o juízo com desvelo
Augura que o bem-bom me estimule.
Calculo que seja acetinado
Ligeiro em tons de Malva
Ou então de rosa-brava
Aí será um pouco pró aveludado.

Mas tenho contudo a certeza
Que é um egoísmo formidável,
Imponente! Majestoso! Sorridente!
Azul! Egoísmo azul! Que Beleza!
Delicado, irreverente, sustentável,
O egoísmo próprio de gente…

Olinda Ribeiro

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domingo, 3 de junho de 2012

G.ROSA - Arte

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Gosto de supor que a obra de arte é o que provoca a salvação da alma pelo menos durante um instante.

(Alain)
imagem:Vladmir Kush