quinta-feira, 27 de setembro de 2012

OLAVO BILAC - (parnasiano?!)



Ao coração que sofre, separado
do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
não basta o afeto simples e sagrado
com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
nem só desejo o teu amor: desejo
ter nos braços teu corpo delicado,
ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
não me envergonham: pois maior baixeza
não há que a terra pelo céu trocar;

e mais eleva o coração de um homem
ser de homem sempre e, na maior pureza,
ficar na terra e humanamente amar.

*        *        *

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