Por causa do Google, que nos faz lembrar de Marie Curie, ou Madame Curie, como era chamada na época (época chic, não?).
Muita gente fica surpresa ao saber que gosto tanto de Física, uma vez que me formei na área de Ciências Humanas. Não que uma tendência anule a outra, mas as coisas são assim mesmo. Explico.
Certa vez, quando muito jovem, ganhei de presente uma coleção de livros cujo título era "As mulheres célebres da História" . Sempre me interessei por leitura, pela história das pessoas, ou seja, literatura era mesmo a minha "praia".
Pois bem, a tal coleção continha uns doze ou quinze volumes, não me lembro bem, cada um com a biografia romanceada de uma mulher que tivesse uma história de vida interessante ou que tivesse deixado a marca de sua passagem pelo mundo.
Entre elas, Berthe Morisot (artista plástica, aluna e cunhada de E. Manet, neta do também pintor Fragonard), a princesa Carlota Joaquina (esposa de D.João VI, mãe de Dom Pedro I, Princesa Izabel e mais sete filhos, uma figura engraçadíssima), Madame de Pompadour (conselheira e amante do rei Luiz XV), George Sand ou Amandina Lúcia Aurora Dupin (escritora e amante do compositor F. Chopin), Joanna d'Arc (heroína francesa e santa), Cleópatra (rainha do Egito) e, claro, Marie Curie (estudante de Física, cujo namorado e depois marido tornara-se um cientista famoso) além de outras mulheres também interessantes.
Ao ler a história de vida de Marie Curie, fiquei encantada pela dedicação e persistência de uma mulher diferente das de seu tempo, e que, por isso mesmo, teve a vida tão dificultada pelos padrões da época.
Estudante aplicadíssima, mais tarde assistente do marido, foi a primeira mulher a conquistar o Prêmio Nobel (junto com o marido) pelos estudos sobre radioatividade.
Desenvolvendo, paralelamente, o próprio trabalho, também foi a primeira cientista a receber o segundo prêmio Nobel, desta vez na área de Química, pela descoberta dos elementos rádio e polônio.
Foi ainda a primeira mulher a ocupar o cargo de Professora de Física Geral na Faculdade de Ciências da Universidade de Sorbonne (França).
Sei que hoje tudo isso é muito comum, mas para mim, num tempo ainda em que nós, mulheres, nascíamos com a tarefa de nos preparar para ser boa esposa e mãe, a leitura da história dessas mulheres me fascinou , tornando-se um dos motivos por que gosto de ler biografias.
É isso: a história de vida de Madame Curie me incentivou a ser uma boa aluna de Física, ciência que me atrai muito.
A Física veio por meio da Literatura. Não é bem legal?
O Google, com seus "doodle" ( é assim que se escreve?), sempre reativa a minha memória e me faz querer contar coisas que ficaram esquecidas.
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