Antero de Quental
Portugal - Ponta Delgada, 18 de abril de 1842 — 11 de setembro de 1891
Junto do mar, que erguia gravemente
a trágica voz rouca, enquanto o vento
passava como o vôo do pensamento
que busca e hesita, inquieto e intermitente,
junto do mar sentei-me tristemente,
olhando o céu pesado e nevoento,
e interroguei, cismando, esse lamento
que saía das coisas, vagamente...
Que inquieto desejo vos tortura,
seres elementares, força obscura?
Em volta de que idéia gravitais?
Mas na imensa extensão, onde se esconde
o Inconsciente Imortal, só me responde
um bramido, um queixume, e nada mais...
* * *
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