A poesia que há em cada um de nós
Sté Spengler , maio 27, 2013
Ela entra em uma livraria e passa reto pela prateleira de Fernando Pessoa, Mário Quintana, Olavo Bilac e Cecília Meireles – poetas.
Recorre imediatamente para a prateleira de Machado de Assis, Camilo Castelo Branco e Clarice Lispector – prosadores.
É preciso uma história que tenha começo, meio e fim – algo que envolva o leitor e seja seu companheiro por alguns dias ou semanas.
O poema é breve, tem uma linguagem que obriga uma reflexão mais profunda. É preciso ler mais de uma vez para realmente compreendê-lo.
Poema é bom quando se está apaixonado e quer mandar um verso para o ser amado. Mas um livro de poemas? Ah, isso não!
Antes de começar a estudar Teoria Literária eu era uma pessoa que fugia de poemas. Eu até gostava de ler um ou outro, mas quando me deparava com um LIVRO inteirinho de poemas, ah não, isso não é pra mim!. Bom, confesso que aprendi a gostar quando passei a enxergar a verdadeira poesia que há em cada palavra – a poesia que há em mim.
Confuso com o uso das palavras poema e poesia? Pois é. Minha professora terá uma séria conversa comigo se descobre que estou escrevendo sobre esse tema.
Muitos pensam que poema e poesia é a mesma coisa, mas não. Em curtas palavras, poema é o texto, poesia é a “magia” que é despertada dentro de você ao ler aquele poema.
Poesia é o novo olhar, é o sentimento.
Na prosa também há poesia!
Quando li Jane Eyre (de Charlotte Brontë) pela primeira vez, fiquei profundamente tocada com o enredo – uma mulher que teve um início de história conturbado, mas que não teve pena de si e prosseguiu até conquistar o melhor da vida.
Hoje temos uma relação intensa de intimidade (é aquele exemplar com as bordas gastas que eu não empresto para ninguém!) e ouso dizer que se eu pudesse me definir em UM ÚNICO livro, seria Jane Eyre!
Então, por que tanto amor por um livro? Porque a poesia que dele emanou me tocou de uma maneira especial.
Você também pode ter poesia em um belo por do sol, porque provoca sentimento em você.
A poesia pode emanar de uma troca de olhares, de uma bela melodia, de uma colherada de sorvete ou de um sorriso de criança.
Um dos significados da palavra poeta é “aquele que tem faculdades poéticas”.
Cada um de nós pode ser poeta sem nunca escrever uma palavra sequer. Sim, é verdade!
Podemos ser poetas quando optamos em acordar naquele dia nublado e pintar o carpe diem no céu – realmente aproveitar aquele dia que está começando.
Podemos ser poetas quando observamos o voo de um pássaro ou o árduo trabalho de uma formiga em carregar até cem vezes o seu peso.
Podemos ser poetas quando lemos um poema ou uma prosa e absorvemos a intensidade daquelas palavras.
“A poesia é a arte de materializar sombras e de dar existência ao nada”, disse Edmund Burke, filósofo irlandês.
Resumindo, podemos ser poetas quando decidimos sentir a vida e tudo o que nela há, simplesmente porque sentir é o que nos torna vivos e poesia é isso… poesia é vida!
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