Quando ela tirou os óculos, ele - que contava histórias vazias sobre o céu e a terra - perdeu o equilíbrio e mergulhou fundo naqueles olhos.
Uns dizem que conseguiu sair com cordas lançadas pelo tempo.
Outros, que ela teve que resgatá-lo com as boias da razão.
Eu prefiro acreditar que ele está lá até hoje, afogando-se feliz e diariamente em alma alheia.
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Caiu na estrada para fugir da solidão. E ela o seguia aonde quer que fosse.
Certo dia, cansado de correr, virou-se para trás e abraçou a solidão feito uma velha amiga.
Isso não o fez mais feliz. Mas, agora, ao menos, ele tem companhia.
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