Poema de Finados
Manuel Bandeira (1886 – 1968)
Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai
e procura entre as sepulturas
a sepultura de meu pai.
Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
o filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vida
é a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
em verdade estou morto ali.
* * *
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