domingo, 18 de setembro de 2011

JOSÉ PAULO PAES - Poética

 
Poética
José Paulo Paes

Não sei palavras dúbias. Meu sermão
Chama ao lobo verdugo e ao cordeiro irmão.

Com duas mãos fraternas, cumplicio
A ilha prometida à proa do navio.

A posse é-me aventura sem sentido.
Só compreendo o pão se dividido.

Não brinco de juiz, não me disfarço em réu.
Aceito meu inferno, mas falo do meu céu.

*           *            *
In:  "Um por todos"
 

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