Tela de Leonid Afremov |
A Borralheira
Luís Guimarães Junior
Meigos pés, pequeninos, delicados,
como um duplo lilás, se os beija-flores
vos descobrissem entre as outras flores,
que seria de vós, pés adorados!
Como dois gêmeos silfos animados,
vi-os ontem pairar entre os fulgores
do baile, ariscos, brancos, tentadores,
mas, ai de mim! como os mais pés, calçados.
Calçados como os mais! Que desacato!
disse eu... Vou já talhar-lhes um sapato
leve, ideal, fantástico, secreto...
Ei-lo. Resta saber, Anjo faceiro,
se acertou na medida o sapateiro:
Mimosos pés, calçai este soneto.
* * *
Muito agradecida, António, por sua visita e palavras tão simpáticas. Uma honra tê-lo como amigo. Mais uma vez agradeço sua gentileza. Abraços.
ResponderExcluirSueli Madeira