domingo, 30 de outubro de 2011

TÉDIO...TÉDIO...TÉDIO


Itatiaia, 29 de outubro de 2011 – sábado à noite

A data hoje é de lembranças. Boas, não tão boas, enfim, lembranças que só a mim dizem respeito. Só estou registrando. Nem há um motivo para isso. “Seja o passado, passado; tome-se outra vereda e pronto” (Miguel de Cervantes).
Sem internet – o provedor aqui em Itatiaia é muito ruim. A programação de TV nos fins de semana consegue ficar pior do que nos outros dias. Um calor sufocante anuncia chuva. Ah, também estou sem sono. Ou seja, tudo ao mesmo tempo colaborando para o tédio absoluto.
Resolvi que nada disso conseguirá me atrapalhar. Tive um dia solitário mas produtivo. Fiz o que havia programado para hoje.
Estive relendo Clarice Lispector – “A paixão segundo G.H.” – o que se pode notar pelo post anterior. Também uma escritora que me instiga, mexe comigo, me vira do avesso. Tive um professor que não gostava muito da escritura dela, dizendo ser muito voltada para os próprios sentidos... Tudo bem, gosto literário é assim mesmo. O autor brasileiro de que não gosto, definitivamente não gosto, é Jorge Amado. Por que será?
O que esse professor admira e reverencia são os escritos de Guimarães Rosa – e sabe tudo sobre o escritor. Aprendi tanto com ele (professor) que hoje, sem sombra de dúvida, esse é o autor da minha preferência em Literatura Brasileira.
Às vezes fico pensando: tive tão bons professores na área de Língua e Literatura... Não sinto o mesmo interesse nos jovens de hoje pela leitura de bons ficcionistas. Para esses jovens a leitura tem que ser ‘objetiva’, ‘servir para alguma coisa’, foi o que ouvi de alguns. Que coisa, não? Eles pensam apenas no  valor  informativo da leitura. Cultura, conhecimento, segundo eles, não ‘servem’ para nada. Por outro lado, se essa leitura informativa fosse feita de verdade, leriam os manuais desses aparelhos demoníacos que têm sido inventados. Mas nem isso... Não leem nem os comandos dos programas no computador. São sempre autodidatas, prescindindo da colaboração de outras pessoas às vezes mais experientes, embora não tão conhecedoras do tal mundo moderno. É como se não quisessem aprender com a experiência do outro. São individualistas, independentes, nascem sabendo de tudo... Tá bom.
Vou parar por aqui. Meus pensamentos estão à solta e quando isso acontece não há rédea que os conduza a um nível razoável de expressão. Parece que fico doida, sei lá, me expondo de maneira descontrolada. O texto acaba ficando confuso, desconexo – des-co-nec-ta-do, como essa bendita internet!
(Se houver acesso à internet amanhã, esse minitexto irá para o blog; em caso contrário, deixa pra lá... a notícia fica velha, né? Tô aprendendo...tô aprendendo...)
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Gosto muito da personagem Renée Michel de “A elegância do ouriço” porque apesar da rabugice vejo ali um certo desconforto quando seu interior se revela ‘inadvertidamente’. É claro que sendo a narradora-protagonista ela precisa ser assim, mas é muito interessante o leitor também poder sentir aquele constrangimento pela exposição do que ela pensa e sente.
E aqui - respeitando as proporções, por favor – é mais ou menos o que eu fiz. E me sinto constrangida.
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