quarta-feira, 10 de novembro de 2010

VENCENDO A TIMIDEZ

Pois bem: sabe-se lá por que decidi, há pouco tempo, mostrar meus quadros. E quando o fiz, tive algumas surpresas: alguns foram vendidos - mantenho uma pequena exposição permanente no restaurante Bella Ithalia, propriedade de uma amiga -, fui classificada em 1º lugar no concurso "Galeria de Pintura em Tela da TV Rio Sul" (tema: Jogos PanAmericanos - tela vendida), tive duas telas roubadas (isso mesmo, ROUBADAS) em uma outra mostra, e a tela "Crescimento" foi selecionada pelo MAM-Resende, no Salão da Primavera em 2007.
Gosto de pintar, só isso. Não tenho formação acadêmica, aliás acho que não consigo ser acadêmica em nada. Estudei um pouquinho de arte plástica apenas para me sentir mais segura em relação às idéias que às vezes aparecem.  Fiz muita cópia (reprodução, dizem, quando é fiel, ou "releitura"quando não é exata, mas é cópia mesmo, kkkkk) e nunca me senti uma artista. Fui buscar nos meus escritos, um trecho de quando comecei a estudar pintura. Lá vai:


Há uns meses estou aprendendo pintura em tela. Mais um capricho da meia-idade. Verdade que sempre fui atraída pela “inutilidade da arte”. E por diversas outras coisas inúteis. Enfim, convidada por alguns vizinhos que já freqüentavam as aulas, armei-me de coragem e munida de pincéis e tintas estou enfrentando o desafio.  A estranha descoberta é que levo jeito para o assunto. Pode parecer falta de modéstia, mas a essa altura da vida não há que se negar qualquer agrado ao ego. O fato é que estou gostando demais de me envolver com beleza e arte num momento em que o mundo se mostra tão louco e  as notícias que nos chegam são sempre atemorizantes . (...)
Tenho trabalhado, não se pode negar. Que coisa, não?  Uma amiga –  filósofa mais que moderna – comentou que após os 50 anos de idade, nós mulheres costumamos nos voltar para dentro de nós mesmas, ficamos recolhidas, tratando dos nossos assuntos, como se tivéssemos passado muito tempo cuidando dos outros, restando-nos apenas as horas “roubadas” à família. Depois os filhos crescem, já não dependem tanto da nossa atenção e isso nos proporciona um olhar mais demorado e analítico sobre o que fazer daí em diante. Se este for o meu caso, está resolvido: vou pintar... o sete e o que mais vier. Cheia de animação.
Então, é isso: aí está um dos quadros, pintado em 2008 e vendido.

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