NINGUÉM MAIS
Cassiano Ricardo
Quando pergunto alguma coisa
ao silêncio da hora triste,
não sei de onde uma voz me responde.
Quando olho no espelho do rio,
no azul sem mágoa da planície de água,
vejo alguém que me espia longamente...
Quando vou pela estrada
que serpeia no oceano de areia
sob a lua que me ilumina o passo incerto,
noto que um vulto, alguma sombra estranha,
pelo caminho me acompanha...
Tenho três amigos:
meu eco,
minha imagem,
minha sombra.
* * *
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