Congeladas no Tempo
Eme Viegas - Página "Hypeness"
O fotógrafo holandês Niki Feijen andou pela Europa em busca de prédios, casas ou igrejas abandonadas, dando origem à série Disciple of Decay (Discípulo da Decadência).
Apaixonado pela “exploração urbana”, Feijen nos oferece imagens que preservam o sinistro e fantasmagórico lado dos lugares vazios.
Algumas ainda têm as camas feitas, os edredons dobrados e os livros empilhados na prateleira.
Não fossem as paredes descascadas, as janelas quebradas, os tetos prestes a desabar, as manchas de umidade ou a sujeira envolvente, diríamos que as casas fotografadas por Niki Feijen ainda esperam seus donos chegar.
A verdade é que eles as abandonaram há muito.
Seja por que os donos e proprietários faleceram, ou por simples abandono, estes espaços ficaram largados, virando lar de bichos, insetos e objetos empoeirados.
É sempre curioso pensar como, um dia, todas estas casas já se encheram de vida.
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Casa Abandonada
Cáh Morandi
“É que agora – aqui dentro – a casa foi ficando meio empoeirada, como se toda essa mobília sentimental não tivesse sendo mais usada, a janela foi deixada aberta e tanto vento foi passando, levando as cores dos retratos e deixando o pó como ressarcimento.
Aqui em casa não tem mais conforto, tudo virou incômodo, e às vezes nem em casa eu me sinto.
Não tem mais abraço, não tem mais teto para pintar de sonhos toda a noite, nem tapete colorido para deitar no domingo.
Tudo daqui foi sumindo, não tem mais ninguém nessa casa, só um eco se espalha quando eu volto e os passos ficam rangendo o assoalho, e fica uma sensação estranha de ver cinza onde tudo foi festa e euforia.
Na porta de entrada eu sempre pedia um beijo, até que um dia o beijo foi de despedida.”
* * *
Casa Abandonada
Cáh Morandi
“É que agora – aqui dentro – a casa foi ficando meio empoeirada, como se toda essa mobília sentimental não tivesse sendo mais usada, a janela foi deixada aberta e tanto vento foi passando, levando as cores dos retratos e deixando o pó como ressarcimento.
Aqui em casa não tem mais conforto, tudo virou incômodo, e às vezes nem em casa eu me sinto.
Não tem mais abraço, não tem mais teto para pintar de sonhos toda a noite, nem tapete colorido para deitar no domingo.
Tudo daqui foi sumindo, não tem mais ninguém nessa casa, só um eco se espalha quando eu volto e os passos ficam rangendo o assoalho, e fica uma sensação estranha de ver cinza onde tudo foi festa e euforia.
Na porta de entrada eu sempre pedia um beijo, até que um dia o beijo foi de despedida.”
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Lindo!!
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